Soneto a Quatro m�os
Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
T�o prod�go de amor fiquei coitado
T�o facil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu pr�prio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre cora��o humano
Desse eterno amor meu antes n�o desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
(Vinicius de Moraes)
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