O MENINO E A MENINA
Ele caminhava pela rua
Ainda sonolento da ultima estrela
Ultimo afago da madrugada que se foi
Perdida em sonhos imposs�veis
Chutou uma pedrinha do caminho
Sentou num banco sob uma �rvore
De um galho l� do alto pela for�a do vento
Uma flor bailou suavemente ao seu encontro
Calmamente ele se abaixou e a resgatou da frieza do ch�o
Quando ergueu novamente seus pensamentos
Deparou-se com um lindo olhar de menina
Puro e que guardava uma �ltima l�grima de dor
Seria aquele um novo encontro de amor?
Dedilhou seu sorriso num viol�o
Afagou sua pele como seda de um len�ol que guarda todos os segredos
Abra�ou ali sob o olhar fixo do inverno e uma paisagem opaca
Seu fr�gil corpo que implorava carinho
Embriagou-se no perfume inigual�vel dos seus cabelos
Apertados ali um contra o outro
Alma se aproximando de alma
Cora��es acelerados batendo num ritmo sem explica��o
Dois corpos se transformando em um
Ele nada disse
Ela nada falou
Ele amou
Ela amou
Numa nova hist�ria que come�ou
Assim, simples como a vida que n�o complicamos.
F�cil como o amor que permitimos
Fr�gil como a flor que do alto infinito se atirou
E a pequena pedrinha quase abandonada e chutada
Foi a primeira de um castelo a se construir em vida
Era inicio de manh�
E dessa vez o poeta n�o falou de lua
Ele apenas queria a menina pura e nua
Deitada em nuvens de seu para�so fatal.

-Everson Russo-