Porque me abra�a esse anjo triste
E me diz coisas sepulcrais?
Envolve-me com seus tent�culos
Assopra-me com h�lito gelado
De mundos confusos
De lembran�as que n�o s�o minhas
De vidas que me viram num furac�o
E olhos que me olharam sem vis�o
E ningu�m sonda em mim essa ulcerosa l�mpada
Acendendo todos os far�is ao mar imenso
Ao c�u sem limites
Sem tempo, sem descanso, sem respostas
E os deuses lan�am suas
Apostas sobre minhas l�grimas
E sinistros ogros escrevem sua paginas,
E apagam as linhas que te desenham a face
O l�vido rosto em luz
A me buscar talvez os olhos,
Ser obscuro!
Invis�vel, inevitavelmente absurdo
Hipocritamente dentro mim
Como se me habitasse
Como se me fosse dono
E � apenas um sonho!
Dormente, doloroso, suave
E triste, amargo e doce,
Que mora em mim como se me fosse
E morre em mim como se nascesse
E como se n�o me soubesse,
O quanto incrivelmente te sei
Esquece o quanto te amei.
E amo!
Estou exausta!E nem posso morrer.
Nem sei quem �, mas n�o posso esquecer.
Sem mais me poder conter d�bil e fr�gil
Me derramo...
Claudia Morett
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