Dar os ossos a outros ossos.
O sangue, a alma, e a vida!
Chorar a dor alheia e a pr�pria ferida.
Esmigalhar a rotina com m�os de a�o.
Se entregar serena a um calor de abra�o.
Esquecer a si mesma e o cansa�o.
Pisar a rotina com passos duros,
Descansar na retina os infort�nios.
Velar o sono alheio, alheia ao pr�prio sono.
A espera do nunca veio mergulhada no velho sonho.
Alegre sendo sem que nada a fa�a.
Triste como quem resiste
O ca�ador amando sua ca�a
Essa dama antiga trajando vestes modernas.
Mostrando a alma e um pouco mais das pernas.
O olhar, o corpo, o flerte.
Asas invis�veis, l�grimas plaus�veis.
Voando alturas imposs�veis
Por si mesma e por tantos.
Essa nova velha dama.
Da guilhotina a loucura,
Da �gua viva, a secura!
Essa senhora de escravos,
Escrava de seus senhores.
A menina que sempre sonha,
Com anjos e com sabores
Essa mulher que n�o dorme.
Que se veste e fantasia,
A bruxa do tempo ido,
A dama dos nossos dias!
Claudia Morett
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