L� vem a noite, que sequestra a claridade
nos impondo a escurid�o.
Que sossega tantos sonhos num manto de saudade,
solu�os e mansid�o.
Noite que se apaixona, na penumbra dos amantes,
no fasc�nio do brilhar.
Que n�o v�, mas insinua, uma poesia nua
brincando no seio lunar.
Quantas faces ela tem no semblante ofuscado,
no v�u da rua vazia,?
Que sem piedade anuncia a tristeza adocicada,
em dolorosa alegria.
Noite das vozes roucas que engasgam solid�o,
no pranto de �brias can��es.
Dos sonos aprisionados, dos olhos arregalados
em retratos de ilus�es.
O que te faz t�o minha, neste assombro turvo
de beleza e atra��o?
S�o teus segredos guardados, junto aos meus predestinados
na busca da inspira��o...
* Charlyane Mirielle