Morcegos e corujas al�am seus v�os, os pombos se refugiam.
A brisa de corpo quente, informe e envolvente ro�a os caules, as copas das mangueiras.
Meu corpo andarilho levanta o p� da rua.
A luz opalada da lua banha as nuvens esparramadas sobre o manto gasoso, difusando
Seus raios e projetando minha sombra errante sobre o asfalta duro.
Sil�ncio.
Meus pr�prios passos me seguem � retaguarda, retardos. Ao longe se ouve o som
Dos escapes automotivos. C�es ladram e se recolhem. Esp�ritos rodopiam, sussurram e gritam reunidos nos cabos el�tricos do cruzamento da eq�ina. Almas atropeladas. Me espiam, me seguem, me empurram. Trope�o. S�o fantasmas; s�o meus; s�o camaradas. Algu�m parece falar pr�ximo.N�o d� para ouvir. De onde vem? Ah! vem de cima; do alto.
S�o os astros. Estrelas ululantes, planetas mudos, gal�xias portentosas, constela��es festivas. Ru�dos surdos do infinito que vibram os �tomos atmosf�ricos vindos do v�cuo frio at� os meus cabelos.
Minhas roupas, c�mplices do meu corpo, me abra�am, me protegem, juram fidelidade e subservi�ncia at� a cama. Na minha chegada, o quarto escuro, denso, ar ocioso. A luz vem e o denso ocioso foge com a sombra foge da luz. A cama vazia, fria, desperta e me pergunta: onde esteve? Por que demoraste?
Ent�o me aproximo; sento-me ao seu lado e logo deito sobre ela, e ela me abra�a, me protege.Nos envolvemos sob o len�ol e colamos o rosto � doce amante e confidente. Dormimos. O sol n�o tarda a dissipar toda essa bela fantasia.
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