Rasga os c�us as minhas esperan�as. Dentro delas, dentro deles, jorram anjos decadentes,ca�dos s�lidos,depois, feitos merc�rio � liquidificados. Estes s�o como sonhos abortados dentro de um imenso �tero de contrariedades do estado da arte de viver.
Ardem os c�us pelas chamas que lan�aram meus olhos mudos de tanto gritarem. Ardem os c�us pelos meus apelos, minhas interroga��es.
Jaz o tempo de cantar as can��es de ninar aos adultos. Meu viol�o desafina a cada nota que elas emitem. Elas s�o t�o falsas como a promessa da felicidade do viver.
Que soberba loucura pensar que podemos. Bichos que comem homens,que engomam rugas em tecidos epiteliais. Bichos que produzem lixos luxuosos para resignarem-se na lux�ria. Bichos que convivem placidamente com outros bichos da mesma esp�cie e cospem em seus cad�veres ambulantes. Eu n�o tenho um conceito para o respeito. Eu andei em c�rculos. Eu s� queria que o respons�vel finalmente viesse colocar a casa em ordem. Eu n�o admito que haja um conceito para o respeito. Eu queria profetizar uma anarquia e institu�-la finalmente.
Basta de ironias, basta de hipocrisias. N�s j� �ramos doentes. N�o h� medicina, n�o h� vacinas, n�o h� cura. S� um espet�culo de falsetes. Um primeiro ato repetitivo. Uma com�dia ininterrupta. Uma sopa de excrementos. Uma afirma��o sem contesta��o. N�o h� necessidade de fatos. N�o necessitamos de fotos. Fotos, hoje tiramos de nossos corpos. Num narcisismo absurdamente descarado. Perfis violentados pela solid�o profunda que nos aplacou, que finalmente chegou.
Ent�o sa�mos desesperados em busca de novos comparsas, de peda�os perdidos dos nossos eus, enquanto outros peda�os adv�m de outros peda�os. E nunca mais iremos nos encontrar. N�o mais sara essa ferida infame. N�o cessa o pus, n�o estanca o prurido, n�o desemboca o rio das curas. H� um oceano de clamores. Poucos abra�os sinceros. H� um oceano de tentativas. H� um deserto. H� uma tristeza provinda de um fado. N�o necessito de tradutores. N�o h� estrangeirismo nesse lirismo.
Todos convergem para a necessidade de um olhar sincero. Todos convergem para a car�ncia de uma ternura.
H� uma clausura das alegrias perdidas nas cavernas do nosso platonismo.
Deveria existir uma gente, uma terra. Deveria. Minha grande sacada, � que n�o comportamos a alegria.
H� uma car�ncia visceral da tristeza de um fado, da voz dessa mulher, para que nos percamos novamente, acaso nos encontremos. Pois, estou deveras desconfiada, que nossa evolu��o inclina para que nos transformemos em uma �nica e louca poesia de amor...
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