Tanto faz se minha alma percorre o infinito.
Sou apenas uma sombra permanente
que se esvaece em lembran�as est�ticas
de doces pesadelos,
tentando achar um alicerce ao qual possa se apoiar.
O vento j� n�o sopra mais,
as folhas se escondem de minha presen�a,
tudo e todos se transformam
e eu continuo presa em meus pensamentos
que ao passar dos dias
v�o decretando a minha inexist�ncia.
T�o fr�gil e t�o errante
percorro os momentos de solid�o
propostos por mim mesma.
Cada palavra dita de minha boca
ser� velada em um ato de eternidade
e para sempre estar�o guardadas
dentro da edific�ncia de meus atos grotescos,
pois tudo o que eu sou
� permanente aos minutos
e conseq�entemente errante
a todos que me rodeiam.
Facilmente se deixar�o levar
por conclus�es erradas ao meu respeito,
e � por essa raz�o
que agora est�o lendo
estas linhas escritas com o vigor
de minha mort�fera sanidade.
Solid�o a minha �nica alegria...
Tristeza a minha �nica amiga...
Morte o meu inalcan��vel tormento...
Como em uma can��o
meu destino j� foi tra�ado
e n�o posso modific�-lo,
pois tudo o que � para ser feito
j� est� pronto
e n�o h� como mudar.
Lentos e dolorosos,
estes �ltimos segundos
parecem n�o ter fim,
como em um sonho nunca sonhado
e um momento que jamais fora desejado,
me deixo levar por esta leve brisa
que finalmente acolheu a mim.