Se...
Voc�,
coragem
tivesse,
perdesse
esse medo
de voar...
Prov�vel
seria,
(se...)
voc�
me encontrar!
((M@ri))
.......................................................
=)�(= A Mariposa =)�(=
Conta a lenda que uma jovem mariposa - de corpo fr�gil e alma sens�vel -
voava ao sabor do vento certa tarde,
quando viu uma estrela muito brilhante, e se apaixonou.
Excitad�ssima, voltou imediatamente para casa,
louca para contar � m�e que havia descoberto o que era o amor.
- Que bobagem! - foi a resposta fria que escutou.
- As estrelas n�o foram feitas para que as mariposas
possam voar em torno delas.
Procure um poste ou um abajur, e se apaixone por algo assim;
para isso n�s fomos criadas.
Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar
o coment�rio da m�e, e permitiu-se ficar de novo alegre
com a sua descoberta.
- Que maravilha poder sonhar!- pensava.
Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar,
e ela decidiu que iria subir at� o c�u,
voar em torno daquela luz radiante, e demonstrar seu amor.
Foi muito dif�cil ir al�m da altura com a qual estava acostumada,
mas conseguiu subir alguns metros acima do seu v�o normal.
Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho,
iria terminar chegando � estrela,
ent�o armou-se de paci�ncia
e come�ou a tentar vencer a dist�ncia que a separava de seu amor.
Esperava com ansiedade que a noite descesse,
e quando via os primeiros raios da estrela,
batia ansiosamente suas asas em dire��o ao firmamento.
Sua m�e ficava cada vez mais furiosa:
- Estou muito decepcionada com a minha filha - dizia.
- Todas as suas irm�s, primas e sobrinhas
j� t�m lindas queimaduras nas asas, provocadas por l�mpadas!
S� o calor de uma l�mpada � capaz de aquecer o cora��o
de uma mariposa. Voc� devia deixar de lado estes sonhos in�teis,
e arranjar um amor que possa atingir.
A jovem mariposa, irritada porque ningu�m respeitava o que sentia,
resolveu sair de casa. Mas, no fundo - como, ali�s, sempre acontece
- ficou marcada pelas palavras da m�e, e achou que ela tinha raz�o.
Por algum tempo, tentou esquecer a estrela
e apaixonar-se pela luz dos abajures de casas suntuosas,
pelas lumin�rias que mostravam as cores de quadros magn�ficos,
pelo fogo das velas que queimavam nas mais belas catedrais do mundo.
Mas seu cora��o n�o conseguia esquecer a estrela, e,
depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor n�o tinha sentido,
resolveu retomar sua caminhada em dire��o ao c�u.
Noite ap�s noite, tentava voar o mais alto poss�vel,
mas quando a manh� chegava, estava com o corpo gelado
e a alma mergulhada na tristeza.
Entretanto,� medida que ia ficando mais velha,
passou a prestar aten��o em tudo que via � sua volta.
L� do alto, podia enxergar as cidades cheias de luzes,
onde provavelmente suas primas, irm�s e sobrinhas
j� tinham encontrado um amor.
Via as montanhas geladas,
os oceanos com ondas gigantescas,
as nuvens que mudavam de forma a cada minuto.
A mariposa come�ou a amar cada vez mais sua estrela,
porque era ela quem a empurrava para ver um mundo t�o rico e t�o lindo.
Muito tempo se passou, e um belo dia ela resolveu voltar � sua casa.
Foi ent�o que soube pelos vizinhos que sua m�e, suas irm�s,
primas e sobrinhas, e todas as mariposas que havia conhecido
j� tinham morrido queimadas nas l�mpadas e nas chamas das velas,
destru�das pelo amor que julgavam f�cil.
A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar � sua estrela,
viveu muitos anos ainda, descobrindo toda noite algo diferente e interessante.
E compreendendo que, �s vezes,
os amores imposs�veis trazem muito mais alegrias
e benef�cios que aqueles que est�o ao alcance de nossas m�os.
( Paulo Coelho)