"Te Amo,
Te amo de uma maneira inexplic�vel,
De uma forma inconfess�vel,
De um modo contradit�rio.
Te Amo,
Com meus estados de �nimo que s�o muitos,
E muda de humor continuamente
Pelo que voc� j� sabe,
O tempo,
A vida,
A morte.
Te Amo,
Com o mundo que n�o entendo,
Com as pessoas que n�o compreendem,
Com a ambival�ncia de minha alma,
Com a incoer�ncia dos meus atos,
Com a fatalidade do destino,
Com a conspira��o do desejo,
Com a ambiguidade dos fatos.
Ainda quando digo que n�o te amo, te amo.
At� quando te engano, n�o te engano.
No fundo, levo a cabo um plano
Para amar-te melhor.
Te Amo,
Sem refletir, inconscientemente,
Irresponsavelmente, espontaneamente,
Involuntariamente, por instinto,
Por impulso, irracionalmente.
De fato, n�o tenho argumentos l�gicos
Nem sequer improvisados
Para fundamentar este amor que sinto por ti.
Que surgiu misteriosamente do nada,
Que n�o resolveu magicamente nada,
E que, milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada,
Melhorou o pior de mim.
Te Amo,
Incompreensivelmente.
Sem perguntar-me porque te amo,
Sem importar-me porque te amo
Sem questionar porque te amo
Te Amo,
Simplesmente porque te amo.
Eu mesmo n�o sei porque te amo.
- Pablo Neruda -