"GRITOS DE SIL�NCIO

Preciso de um tempo
 Preciso de meu tempo...
 Preciso de um tempo livre de mim
 Pra fazer as pazes comigo
 E novamente voltar a ser eu...
 Cala. N�o fala....
 Preciso de sil�ncio,
 Preciso de espa�o,
 Preciso ter aten��o...
 Preciso ouvir os sil�ncios
 De meu grito seco,
 Preciso ficar em paz comigo
 E minha solid�o...
 Por favor, n�o chega perto,
 D�-me um tempo,
 Para ter comigo,
 Um caf�, um dedo de prosa,
 Num mergulho profundo
 Paro o abismo de minha escurid�o...
 Quero de volta a liberdade
 De meu sil�ncio...
 Quero de volta aquele grito
 Mudo, calado, abafado...
 Quero de volta aquela revolta
 Escrita, sussurrada, protestada,
 Aquela, aos quatro ventos vociferada...
 Preciso me exceder...
 Sim, preciso mesmo passar de todos os meus limites...
 Preciso do expressar liberto,
 Do sofrer chorado,
 Do falar resguardado....
 Ser� que ningu�m percebe?
 Tudo que preciso � de espa�o!
 Espa�o pra sorrir ou gargalhar,
 Chorar ou solu�ar, tanto faz,
 Tudo que preciso � me expressar em paz...
 Preciso dar uma de louca,
 Gritar at� ficar rouca,
 Chorar at� salgar a boca,
 Ficar nua e como em uma pe�a de teatro,
 Ir deixando o corpo escorregar,
 Com l�grimas livres molhando o rosto,
 Borrando a maquiagem,
 Um belo espet�culo...
 Depois me levantar,
 Receber os aplausos
 Dar um abra�o bem apertado em mim,
 Fechar as cortinas
 E ir embora...
 Ah, � s� disso que preciso."