Sossega, cora��o! N�o desesperes!
Talvez um dia, para al�m dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Ent�o, livre de falsas nostalgias,
Atingir�s a perfei��o de seres. ...
Mas pobre sonho o que s� quer n�o t�-lo!
Pobre esperan�a a de existir somente!
Como quem passa a m�o pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o conceb�-lo!
Sossega, cora��o, contudo! Dorme!
O sossego n�o quer raz�o nem causa.
Quer s� a noite pl�cida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
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Fernando Pessoa