INQUIETA��ES
H� dias em que a gente n�o tem muito o que dizer.
Para, deixa o tempo passar, espera acontecer...
como se o tempo respondesse a tantas inquieta��es.
E ai, sem ter como evitar, sem ter como esconder,
muda a jeito de olhar, at� o jeito de ser,
e a gente pensa em acordar de tantas desilus�es.
O que s�o desilus�es sen�o as m�goas
que o peito lamenta numa estranha dor que guarda?
A vida tem muitas surpresas que costumam machucar.
A gente se pergunta como pode um amor t�o grande
martelar o cora��o, numa ang�stia que se expande
e se espalha por todo o corpo, como querendo matar?
...E a gente sangra:
sangra o peito, ent�o.
Sangra � morte:
Talvez a solu��o!
H� dias em que a gente n�o tem lugar pra ficar.
Cada canto, cada espa�o parece n�o querer aceitar
que a gente guarde apenas a paz no cora��o.
A paz de sentimentos bons gravados na alma,
que n�o nos permita perder at� mesmo a calma
quando come�amos a lutar contra a solid�o.
O que � a solid�o sen�o a saudade corroendo o peito,
ferindo por dentro, como querendo tirar o direito
a essa tal felicidade que a gente acredita ter?
A gente quer segurar a l�grima e conter o pranto,
quer desabafar, mas � melhor ficar num canto,
guardando a esperan�a desse amor um dia viver.
...E a gente sofre:
sofre e chora, ent�o.
Sofre e sente:
A dor da solid�o!
_MARCO MOTTA_