U M C A N T O N A N O I T E







Algu�m passou cantando.
Sente-se a tristeza do seu canto. N�o era bem um canto. Mais parecia um lamento.

Nesse momento sumiram os �croackes� dos sapos no brejo;
Os p�ssaros silenciaram e , j�, n�o voam, de galho em galho, como antes, quando procuravam o melhor lugar para descansar.
At� o vento cessou. J� n�o se ouve o seu chiado pelas frestas das portas e janelas.

Toda a Natureza se comove com a tristeza do caminhante cantor.
Todos os seres vivos se emocionam e, solid�rios, tamb�m se entristecem e se calam, at� quando n�o se ou�a mais o canto triste, que vai se perdendo pela estrada � fora.


De repente, tudo volta ao seu normal : os sapos retornam � sua algazarra noturna, os p�ssaros reencontram a sua alegria e voltam aos seus indecisos v�os, sem saberem onde ir�o pousar e o vento, verm, novamente, perturbar o meu sono, sibilando e batendo as portas.

Onde andar� o caminhante triste? Qual ser� o seu detino?
Quisera ser como tu, privilegiado irm�o cantor que, apesar de tua tristeza, ainda tens for�as para cantar!

Caminhante triste que, com teu cantar, emudece e p�ra todos os seres vivos que ao, teu redor, te escutam, queria saber o teu drama para te descrever em versos e te fazer poesia .Enquanto cantas para aplacar a tua tristeza, eu, , que vivo escrevendo para espantar a minha solid�o, faria de ti um motivo a mais para os meus poemas.