OLHAR SEM VER
"Olhar" e "ver" n�o s�o sin�nimos. Embora muitos desconhe�am, s�o coisas bem diferentes.
Voc� pode olhar uma cidadezinha, do alto de uma montanha, por exemplo, e n�o ser capaz de dizer se, l�, existe uma igreja. Ou se ela, a cidade, � arborizada ou cortada por um rio..
Quer dizer que voc� olhou mas n�o viu.
Outro exemplo � voc� que olha, muitas vezes, para mim, mas n�o consegue ver como eu me preocupo com voc� e como � importante para mim ver voc� feliz.
Hoje eu estava muito contente com a felicidade, que voc� demonstrava estar sentindo.
Voc� sorria e brincava e, at�, a surprendi cantando.
Quando eu comentei que me sentia feliz vendo-a assim, voc� me respondeu que n�o estava feliz.
Ent�o, olhei nos seus olhos.Olhei, mas, n�o como antes. Desta vez fui mais atento e consegui ver dentro deles.
A�, senti a sua ang�stia.
Eu vi o sofrimento oculto pela cortina de mentiras, formada pelo seu sorriso, pelas suas brincadeiras e pelos seu desmotivado canto.
Quanta ilus�o num sorriso! Um obst�culo criado pelo subconsciente para impedir o fluir de uma inconveniente l�grima de tristeza.
Quanta frustra��o eu senti, ao saber que suas brincadeiras nada maus eram que uma tentativa sua de n�o se deixar dominar pela dor de um interior sofrido!
Que decep��o ao descobrir que n�o fui capaz de, ao ouvir o seu canto, entender que ele era um recurso do seu cora��o, para evitar o seu pranto e, com isso, impedir que alguem a visse chorar.
Me desesperei, ao sab�-la assim, e veio a mim um remorso intenso.
E, agora, eu penso: Como fui cruel! Me encantei com seu sorriso e com suas brincadeiras me diverti. E me surpreendi, contente, com seu mavioso canto.
Ah! Como me enganei! Preciso reparar o meu erro e lhe pedir perd�o
Nadei feliz em �guas puras, sem saber que o meu amor se afogava nelas.