



"N�o sei aonde esse barco vai me levando.
S� sei que vou indo, �s vezes partindo,
�s vezes chegando.
Rumo a um porto escondido.
Navego � deriva. Levo uma missiva,
ao cais da alegria.
Devo encontr�-lo a qualquer hora,
num cochilo da noite ou num descuido do dia.
Enquanto isso, vou no balan�o sem tempo certo,
sem compromisso.
Viajo inteira, sem horizonte e uma saudade
como companheira.
Quando ancorar, vou transcrever um poema:
como viajar sem carta, sem b�ssola,sem saber ao certo
onde � o lugar, s� tenho a imensid�o como tema".
Flora Figueiredo





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