Imaginemos a criatura que traiu a si pr�pria atrav�s da crueldade volunt�ria ou da delinq��ncia infeliz, relegada � intemp�rie, tentando, em v�o, fugir � espantosa tempestade que lhe ruge na consci�ncia.
Em torno, tudo se veste na sombra difusa que lhe verte da alma, substancializando a noite de ang�stia em que se lhe acumulam as horas, e, por dentro, vozes terr�veis lhe bradam maldi��o e remorso, atormentando-lhe o imo do pr�prio ser.
De quando a quando, � o recome�o do drama aflitivo em que estampou na mente os estigmas insidiosos da expia��o, revisando todos os atos em que se desvairou na vicia��o ou no crime e, vezes outras, � a dor do tempo perdido a vazar-se-lhe dos olhos em torrentes de l�grimas.
Para semelhante viajor do grande infort�nio, dia e noite perdem a justa raz�o de ser, porquanto, em todos os lances da senda espraia-se a sombra que se lhe derrama do seio entenebrecido na culpa...
Eis, por�m, que m�o amigas surgem de inopino, a lhe imobilizarem os p�s sangrentos, asilando-lhe o pranto amargo no remansoso ninho do cora��o, em cujo calor se lhe amenizam todas as chagas e se lhe aplacam todos os sofrimentos.
Reconhe�amos no s�mbolo a posi��o de nosso esp�rito endividado, quando na luta humana, � frente de nossos pais.
Quase sempre, esses her�is abnegados e an�nimos do instituto dom�stico arrancam-nos, generosos, ao torvelinho infernal das prova��es a que nos arrojamos, no espa�o hostil e desconhecido, ap�s a morte carnal na terra.
S�o eles mission�rios do ber�o em que as nossas oportunidade de trabalho se reajustam, os credores de nossa vida e os benfeitores de nossa estrada, juntos de quem todo o ouro do mundo seria escasso ao pagamento de nossa d�vida � d�vida essa que apenas conseguiremos resolver com a luz da abnega��o constante no campo do Eterno Amor.
pelo Esp�rito Emmanuel - Do livro: Ref�gio, M�dium: Francisco C�ndido Xavier.