Desse eterno medo meu
Um dia partiu minha primeira esperan�a
De que tudo que fiz, disse, sonhei, aprendi,
Faria de mim uma pessoa melhor
Bastou um segundo de uma emo��o descontrolada
Para que tudo que restasse desse faz de conta
Fosse apenas esses dedos pulando de tecla em tecla
Convidando palavras para aliviarem a lembran�a
Daquela que meu pensamento se fez escravo
E por quem meus joelhos dobram
Submissos, enfraquecidos, dominados, penitentes,
Como se nada mais houvesse nessa vida
Sen�o o instante de dizer que dela n�o me aparto
Visto que dela parte me fiz e disso me dei conta
embora tardiamente, embora doente desse amor
incur�vel e assustado que me dividiu ao meio e
as minhas verdades que hoje nada mais s�o
que minhas l�grimas correndo pelos
caminhos onde vou... s�.
As vezes penso que tudo n�o passa de apenas um capricho
Seguir pensando que posso resistir a esse sentimento
E que tudo mais que por acaso me ocorra
Serei forte e estarei de p� mesmo que nada mais me reste
Mesmo que tenha a minha frente a paisagem que n�o vejo
E me encolha com minha pequenez diante do infinito
Os acordes dos sons que em meus ouvidos permaneceram
desde quando a porta se fechou para sempre aos meus desejos
Me colocar�o nas nuvens do meu del�rio
Onde sou rainha, senhora e dona da minha vontade
E onde voc�, alheia, sempre passeia em minha sombra
N�o importa mais aquela d�vida e aquele alento
N�o importa mais morrer um pouco
E permanecer encolhido em minha previs�vel jornada
N�o importa me socorrer em versos que roubo
Aqui onde me deito e sonho
Minha realidade � voc�, sua falta � meu destino
Que persigo mesmo quando s� me resta a aventura
E assim, embara�ado em bra�os fantasmas
Durmo, embalado no sil�ncio da minha alma
Que em v�o persegue outros amores que perdi
E que jurei nunca mais amar !