TRISTEZA DO CATINGUEIRO
Da janela da palho�a,
O catingueiro, olha a ro�a,
Com tristeza que d� d�
e n�o h� nada que possa,
Fazer l� da sua cho�a,
Pra ficar vida melhor.
No seu terreiro deserto,
S� o seu cachorro Esperto,
Ainda teima em viver.
Naquele rinc�o aberto,
Nem calango tem por perto,
Pra que ele possa comer.
De um quarto do tug�rio
Pode-se ouvir o murm�rio,
Da companheira a rezar.
E a sogra com um arrulho,
Sentada em um bagulho,
Tenta a crian�a acalmar.
De S�o Jos�, foi-se o dia,
Aumentando-lhe a agonia,
Vendo que o mandacaru,
Sem uma flor, lhe dizia,
Que m�e chuva n�o viria
E nem restava-lhe o umbu.
Necessidades s�o tantas,
Que est�o comendo plantas,
Que recusam, os animais.
S� sua f� se agiganta,
E o pobre ainda canta,
Can��es herdadas dos pais.
E mesmo assim acredita,
Na promessa que foi dita,
Pelo senhor presidente,
De sanar a fome maldita,
De acabar sua desdita,
Pois ele tamb�m � gente.
Pobre de ti, catingueiro!
Neste Pa�s, sem dinheiro,
Nem gente n�s somos, n�o,
E para os politiqueiros,
N�s s� somos verdadeiros,
Quando chega a elei��o.
E eu, matuto das cidades,
Que aprendi tantas verdades.
Por n�o ter o vil metal.
Pra minha felicidade,
Pra toda sociedade,
Ao catingueiro sou igual.
Oh! Deus dos desamparados!
Diga-nos qual foi o pecado,
Que deu-nos tanto sofrer?
Tamb�m n�s, os desgra�ados,
Os pobres, os mutilados,
N�o merecemos viver?
N�o nos d� medo a labuta,
E desta incessante luta,
O fruto, nunca se v�.
Rezamos, e Tu n�o escutas,
N�o sendo n�s, gente astuta,
Estamos aqui pra que?
Vamos chorar meu amigo,
Se aqui n�o tens abrigo,
Se est�s jogado ao l�u.
Estarei sempre contigo,
Nossas l�grimas, te digo,
Nos dar�o frutos no c�u.
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