Por Decoro
Quando me esperas, palpitando amores,
E os grossos l�bios �midos me estendes,
E do teu corpo c�lido desprendes
Desconhecido olor de estranhas flores;
Quando, toda suspiros e fervores,
Nesta pris�o de m�sculos te prendes,
E aos meus beijos de s�tiro te rendes,
Furtando as rosas as purp�reas cores;
Os olhos teus, inexpressivamente,
Entrefechados, l�nguidos, tranq�ilos,
Olham, meu doce amor, de tal maneira,
Que, se olhassem assim, publicamente,
Deveria, perdoa-me, cobri-los
Uma discreta folha de parreira.
�lvares Azevedo
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