O homem do meio

A VOC� QUE ME L�
E, NUM GESTO FEBRIL,
QUER TAMB�M DECIFRAR,
N�O ESBANJE SEU TEMPO,
POIS, EM MINHAS ARENGAS,
COER�NCIA N�O H�.
SOU O HOMEM DO MEIO,
DA PAIX�O DESBOTADA.
MUITO DIGO E N�O SINTO,
QUANDO SINTO, ME CALO
E, LATENTE, BAGUN�O
AS SINGELAS CABE�AS
QUE PROCURAM NOS VERSOS
UM ESPELHO DE SI.
SOU O HOMEM DO MEIO,
DOS AMORES FINADOS
SEM MOTIVOS EXPRESSOS,
SEM FRACASSO OU TRIUNFO
E, RELAPSO, MAGOO
CORA��ES INOCENTES
QUE PERNOITAM SONHANDO
TER A CHAVE DE MIM.
A VOC� QUE N�O CR�
NO ESC�RNIO SAGAZ
E DESARMA OS SENTIDOS,
N�O SE FURTE A SONHAR,
MAS A LUZ QUE ATEEI
TRAZ UM ROL DE PERIGOS.
SOU O HOMEM DO MEIO,
DOS PROJETOS PARADOS,
GENITOR DE ID�IAS
LEGAIZINHAS E VIS
E, CANSADO, DETENHO
OS FI�IS ALIADOS
QUE SE VIRAM GOZANDO
AS PROMESSAS QUE FIZ.
SOU O HOMEM DO MEIO,
DO DESTINO FRAUDADO.
NUNCA SOUBE DIREITO
O QUE DEUS QUER DE MIM
E, AMARGO, DIVAGO
ENTRE LUTA E PREGUI�A,
QUE DESCREVEM UM RASTRO
DE ESTAGNA��O.
A VOC� QUE SE V�,
DESCOBRIU NOS ANAIS
SEU MALIGNO N�,
N�O SE PUNA DEMAIS.
CARREGAR ESTA CRUZ
N�O � CARMA DE UM S�.


Abel Puro