Tem dias que voc� acorda sem saber o porqu� de ainda estar vivo, com aquela sensa��o de �Nossa, eu ainda to vivo nesse mundo�, mas o tempo vai passando e as coisas incrivelmente pioram, voc� briga com meio mundo de gente, fala mais ou menos com uma, e sempre fica esperando o fulano entrar. Ent�o, � a� que o dia decai, por mais que voc� tenha tudo, tudo n�o, mas quase tudo perto de ti, sente um vazio durante as tardes ensolaradas, e quentes, ou chuvosas e frescas. Uma coisa aparece do nada, sem pedir pra invadir tua mente, e sem permiss�o tomar teu subconsciente, ela s� chega e te invade. Voc� passa o dia inteiro desligado desse mundo sensacionalista, tentando se focar no problema principal, bem, n�o � exatamente um problema. � algo que voc� n�o consegue definir, � s� um vazio de sentimentos, uma sensa��o de incapacidade, tipo arroz, que tem milhares de gr�os de arroz no prato, todos soltos. Voc� � um deles, mas ningu�m te d� import�ncia, s� te usa. Voc� s� vai se destacar se estiver estragado, mas se estiver muito bom se destacar� com os outros, e n�o pela sua individualidade. Falam que no mundo, dos iguais, s�o s� os diferentes que se destacam. Os diferentes se destacam porque s�o ousados, mas voltando ao dia vazio� Voc� n�o escolhe esse tipo de coisa, � ela que te escolhe. Voc� n�o define nada. Voc� n�o acerta nada, tudo t� ruim mas ao mesmo tempo t� p�ssimo, � uma tal de nostalgia inexplic�vel. Voc� quer morrer, mas quer viver, morrer pra deixar isso, e viver para conquistar aquilo. E ent�o, voc� come�a a conhecer pessoas, pouco a pouco. Bem, n�o vou falar em decep��o. Com o tempo voc� se liga naquelas coisas b�sicas de: �Aprendi que ter amigos, � bom, mas prefiro os poucos e sinceros do que muitos e bl� bl� bl�.� Voc� n�o se deu conta de que aprender alguma coisa se desaprende outra? Mas voc� continua sempre com a sua opini�o, e decide �expor� essas coisas. Suas m�os come�am a ficar tr�mulas, aparecem mil id�ias e sem defini��es de uma total perplexidade voc� inventa formas, cria aspectos, define explica��es. Voc� literalmente se joga de cabe�a, voc� torna toda aquela frustra��o em tr�s mil palavras e acaba fugindo do contexto. Mas ent�o, voltando. Teu dia vai acabando, a ang�stia tomando outras formas e voc� acaba sem saber o que aconteceu, s� vai dormir sem nenhum motivo. No outro dia voc� acorda bem, tipo, acordei e fui pra aula e isso � bom, voc� vai se sentir o mais estranho que existe, mas voc� ta bem e isso que importa. At� chegar em frente de um computador, esse meio acaba te aprisionando, te fazendo escravo e �s vezes acabando com as tuas expectativas de um dia bom, enfim. Voc� fala com as mesmas pessoas, sobre as mesmas coisas, voc� ri pra tentar esquecer, seus amigos de ontem j� n�o s�o seus amigos de hoje, sua confian�a vai se acabando. Constantemente, tudo se transforma e voc�, perdido naquela imensid�o de mudan�as e sem mudar, sendo o mesmo, sempre e sempre. Convivendo com os mesmo erros de todo mundo, ag�entando as mesmas frases prontas de pessoas med�ocres, ag�entando at� o ponto m�ximo, como uma bomba rel�gio. E de repente do nada, voc� come�a a agir diferente com todo mundo, e acaba sendo o alvo de reclama��es de todos. Como se voc� tivesse personalidade, ou nunca tivesse se imposto em qualquer decis�o. Quando voc� de certa forma cansa disso e resolve �se mostrar�, acham mil coisas, falam de mil coisas, pensam outras mil, mas n�o te provam nada, teorias qualquer um pode dar, mas provas, quem se arrisca? Voc� vai se limitando, se descrevendo, acabando com seu pr�prio companheiro de todas as tardes, isso n�o � ruim quando se faz para o pr�prio bem. Mas tamb�m n�o � bom, quando se faz isso s� pra aparentar alguma coisa que n�o �.