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- Sim, eu aceito! - meu maior erro, ou meu maior motivo de orgulho.
Ainda � dif�cil acreditar o rumo que nossas vidas tomaram, e as voltas que o mundo d�. Mudando os personagens mais terminando, tudo no mesmo lugar.
Est�vamos de alian�as trocadas a quinze meses, mas o trabalho, as brigas, o ci�me, o transtorno, as discuss�es, os choros, as dividas e a saudade j� tinham dado conta de destruir nosso casamento.
E para que nenhum dos dois sofresse ainda mais, decidimos tomar rumos diferentes.
Ele saiu levando uma mala de rodinhas grande, com outras duas bolsas menores. Colocou com calma tudo dentro do porta-malas do carro, me olhou, sorriu e partiu. Fiquei em p�, no meio da rua, vendo seu carro social preto, desaparecer em meio as arvores da rua em que morav�mos.
Respirei fundo, e entrei dentro de casa.
Os dias foram passando, e cada rastro dentro daquela casa me lembrava seu rosto, seu toque e inevitavelmente, seu cheiro.
Havia cansado de ficar dentro de casa, esperando que a campainha tocasse, e que eu pudesse abra�a-lo novamente. Decidi sair. Dar uma volta. Ir a uma festa.
Me arrumei, chamei um t�xi, e fui at� a festa. Era uma casa gigantesca, a qual algumas pessoas dan�avam, bebiam e riam em frente. Fui entrando devagar, com os passos curtos e silenciosos.
Cheguei a um balc�o, onde um homem alto, fazia malabarismos com a garrafa. Pedi uma dose de wisk, implorando para que tivesse gotas de amn�sia. Apertei os olhos, e bebi tudo num gole. Olhei para o lado, e pedia para que fosse apenas uma alucina��o.
Ele estava sentado do meu lado, com uma garota falando coisas em seu ouvido. Coisas que ele parecia n�o estar gostando, mais que ela n�o exitava em falar.
Em um gesto brusco, ela se afastou. Ele olhou para o lado, percebendo, s� ent�o, a minha presen�a. Desviei o olhar, enquanto meu cora��o batia pedindo para que continuasse o olhando.
- Ent�o, n�o nos conhecemos? - ele disse ironicamente, rindo em tom de brincadeira.
Eu senti meu cora��o querer pular para fora do meu corpo, e tive de todas as sensa��es, a melhor. Sentia o amor. De novo, o amor.
- N�o me lembro de voc�. - disse quase rindo, mais mantendo-me s�ria.
Ele me olhou, sorriu. Naquele momento, eu me arrependia de ter ido aquela festa, mais agradecia o tal do destino, por leva-lo at� ali.
- Eu� - ele ficou s�rio de repente, seus olhos se encheram de l�grimas, e seus dedos tocaram meu rosto. Gelei, abaixei os olhos, e minha respira��o parecia ter parado. Ele se aproximou lentamente, e pronunciou as �ltimas palavras � sinto sua falta.
Meus olhos se encheram na mesma propor��o que os dele, e num gesto simples, nossas testas se tocaram. Ficamos nos olhando por poucos segundos, e meu corpo j� suplicava para te-lo de volta.
- Quero recome�ar� - ele disse me surpreendendo, e tocando nossos l�bios lentamente. Ficamos paralisados naquele movimento, apenas com os l�bios tocados. Ele afastou � meu cora��o, bate por voc�. S�, por voc�.
Eu balancei minha cabe�a positivamente, enquanto l�grimas corriam pelo meu rosto. Ele sorriu, e soltou-as tamb�m. Definitivamente, a dist�ncia havia nos feito algo muito mais do que conhecer outras pessoas, do que ser independente outra vez, mais nos fez ver o que realmente sentimos.
E foi ent�o, que nossos l�bios se encaixaram. E voltaram a se encaixar em todas as manh�s, at� os dias de hoje. Agora, somos mais maduros. Sabemos que cometer o mesmo erro, pode nos custar o amor de nossas vidas.
Quando algo de verdade existe, esse algo prevalece. O mundo d� voltas, muda os personagens mais acaba voltando tudo para o mesmo lugar.




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