Algu�m que j� n�o fui...
Voc� tem certeza de que sabe amar ? H� os que:
Amam loucamente mas n�o sabem amar.
Amam um pouco mas sabem amar.
N�o amam mas sabem amar.
Amam e sabem amar.
Sabem de amor mas n�o sabem amar;
Sabem amar mas n�o sabem de amor.
Amam e sabem de amor, mas n�o sabem amar.
Amam e n�o sabem de amor, nem sabem amar.
Amam e n�o sabem de amor, mas sabem amar.
N�o amam, sabem de amor e n�o sabem amar.
N�o amam, n�o sabem de amor e n�o sabem amar.
Amam, sabem de amor e sabem amar.
E por a� come�a a confus�o da rela��o amorosa.
Seria simples se tudo se resumisse a:
" Eu te amo. Voc� me ama ? " Sim, te amo."
Seriam felizes para o resto da vida, mas,
quando tal di�logo acontece e duas pessoas
percebem que se amam, N�o est� disposto na lei da vida
que duas pessoas que se amam, sabem amar.
Que uma delas n�o saiba, e olha a rela��o
rolando pela ribanceira !
O normal � as duas n�o saberem.
O raro � as duas saberem, escassos exemplos
de rela��o em que a maturidade n�o interfere na intensidade.
O habitual � uma saber e ag�entar o roj�o pela outra.
Amar quase sempre atrapalha a sabedoria do amor.
Porque amar � um sentimento de necessidade nem sempre
atendidas, de car�ncia compensada, doa��o
exercida ou entrega salvadora.
E isso � intenso demais para coabitar com a sabedoria do amor.
Saber amar ! a d�vida e a confus�o n�o terminam. Come�am!
Quanta gente prefere viver com algu�m que sabe amar,
mesmo que n�o o ame !
Quanto amor pode brotar da rela��o com quem sabe amar !
Quem sabe amar, pode at� realizar o milagre
de acabar recebendo o amor de quem n�o o ama,
ou ama e n�o sabe, porque quem sabe amar
conhece a linguagem sutil do que est� adormecido no outro,
em estado de conto de fadas, car�ncia, inf�ncia, flor ou adivinha��o.
Sabe amar quem sabe o outro sem deixar de ser quem �.
Saber amar e conhecer o amor como forma de arte.
amor � apenas um sentimento.
Mas saber amar � uma cria��o, uma est�tica do amor.
Saber amar tanto � a flor na hora certa,
como o presente fora de hora ou a compreens�o do desamor,
do cansa�o e d�vida passageira.
Mas �, com seguran�a absoluta, o olhar fundo do sentimento,
o carinho preciso, a m�o firme, a pele dialogando de igual para igual,
gritando ou sussurrando conforme a hora;
� a temperatura da paz recobrada.
Saber amar, n�o � a aceita��o passiva do outro.
� a exist�ncia ativa do amor latente, real ou adivinhado.
Saber amar, implica conhecer virtudes que o amor agudo n�o sabe :
esperar, deixar fluir, n�o invadir as d�vidas,
n�o abafar nem impedir (ainda que com carinho)
que a outra parte ejete � tona a ang�stia ou a dor.
Quem ama desaba junto. Que sabe amar suporta esse desamor,
se passageiro, � claro, porque quem sabe amar conhece a
medida exata dos orgulhosos que valorizam o amor.
Nada � pior que a desist�ncia de quem sabe amar,
do que o ferimento ou a indiferen�a provocados em quem sabe amar
Quem ama tolera ser maltratado.
Quem sabe amar, jamais.
Este jamais permanecer� com quem maltrata
porque quer ser maltratado.
Quem ama, quando cansa, pode voltar amar.
Quem sabe amar, quando desliga � para sempre.
E mais f�cil afrontar a quem ama
(um estado no qual todos ficamos meio sem car�ter)
do que a quem sabe amar.
Este conhece tanto a import�ncia de seu sentimento,
que quando o retira, machucado, incompreendido ou
ferido de morte, � para sempre.
Quem ama � mais inocente do que quem sabe amar.
Mas quem sabe amar � capaz de maldades maiores,
a partir do momento em que desiste.
Desiste de saber amar, porque pode at� continuar amando.
Cuidado com quem ama !
Mas cuidado maior com quem sabe amar !
Quem perde um amor perde muito menos
do que quem perde algu�m que sabe amar.
Saber amar n�o � depender. N�o � ser servil.
N�o � viver agradando. N�o � fazer o que o outro quer.
Saber amar � ter as rea��es certas, de rea��o e cr�tica;
� ocupar todo o espa�o e no tempo do sentimento
e da emo��o do outro.
Saber amar � aquela parte que, partindo do amor,
procura (at� encontrar) a parte do outro que um dia saber� amar.
E a encontrando tem paci�ncia, afeto e toler�ncia com ela.
A menos que descubra que ela n�o merece.
Porque saber amar � tamb�m ter a coragem das ren�ncias,
bravura que raramente tem quem apenas ama.
Cr�nica Artur da T�vola