Poesia Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem d� nos destru�mos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, � porque estamos
Nus em sangue, embalando a pr�pria dor
Em frente �s madrugadas do amor.
Quando a manh� brilhar refloriremos
E a alma possuir� esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que � jogo e tudo o que � passagem.
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu � eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
N�o pelo meu ser que s� atravessei,
N�o pelo meu rumor que s� perdi,
N�o pelos incertos actos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressonei
E em cujo amor de amor me eternizei.
Sophia de Mello Breyner
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