CHEIROS DE ONTEM
O retrato amarelado
j� n�o me mostra mais.
Se desfaz entre as letras
do passado empoeirado.
Na parede descascada,
sorrisos que nem reconhe�o.
Molduras de dourado envelhecido
atestam lembran�as de dias felizes.
Pela fresta da janela,
observo o canteiro de margaridas
perdido entre os verdes do quintal,
abandonado pelo tempo que se foi.
Assopro a poeira dos meus sonhos
e eis-me correndo feliz pelo jardim,
tentando pegar a borboleta azul
que em alegres volteios, sorri para mim.
E a chuva chega de mansinho
sem nem ao menos avisar,
afugentando o passarinho
que estava feliz a cantar.
E na enxurrada que logo se faz,
soltando meus barquinhos de papel
(l� se v�o eles... para bem longe!)
levando consigo os sonhos de eu-menina.
- �s vezes o dia, tem cheiros de ontem!
� Verluci Almeida
30/07/2010
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