AMARELINHA
Quando eu era pequenina
tinha muitas bonequinhas.
Com emo��o, pulava corda
jogava bola queimada, xadrez
pega-varetas, domin� e torrinha.
Pulei muita amarelinha
tombos levei, joelhos esfolados
nos pega-pegas fiquei!
Ganhei corrida dentro do saco,
muito ovo na colher, equlibrei!
Cavalinhos giravam no carrosel
enquanto admirada, olhava o c�u
e as nuvens formavam castelos,
cavalos alados, pr�ncipes e reis.
Hoje ao ver minha sobrinha
junto com suas amiguinhas
brincando de se maquiar,
desfilando como modelo,
no celular, teclando sem parar
fico questionando...
- Isto � Inf�ncia?
Saudades...
de meu tempo de antanho.
Saudades...
de meu tempo de crian�a!
�Verluci Almeida
12/10/2005
Direitos Autorais protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/98.
CRIAN�AS NO JARDIM
A chuva cai... uma chuvinha mi�da, em uma suave cantilena: o dia todo,
a tarde toda, a noite toda! Encosto meu rosto na fria vidra�a da janela que
d� para o jardim. Atrav�s das got�culas que escorrem, vejo tudo emba�ado.
Fixo meu olhar e... eis-me junto com Wagner e Teresa Cristina (os primos
com os quais tive mais contato na inf�ncia). Estamos sorrindo felizes, ao
soltar o filhotinho de pardal que encontramos ca�do no jardim. Dele cuidamos
por cinco dias, dentro da casinha que Papai fizera especialmente para ele.
As lembran�as vem em ondas mansas... Meu querido Pai, que tinha em casa
uma mini marcenaria. Ele adorava cortar, polir, envernizar, as madeiras
que comprava e que em suas m�os, mil formas diferentes tomavam!
O filhotinho quase n�o comia, mas bebia muita �gua. Papai comprara alpiste
para o alimentarmos, mas ele n�o gostou muito n�o. Gostou mesmo foi do arroz
e do mam�o amassadinho, que mam�e colocou no pratinho perto dele. Ao
coloc�-lo do lado de fora da casinha, ele relutou um pouquinho, olhou para o
c�u muito azul, deu duas batidinhas de asas e na terceira j� al�ou seu v�o solo.
Ficamos ali, os tres olhando, � espera de uma queda que n�o houve.
Ele voou em linha reta e depois subiu rapidamente, fazendo uma ligeira
curva e foi pousar no alto do abacateiro. De l�, ficou olhando espantado
para n�s. Acho que ele mesmo, n�o acreditando que fora capaz de tal feito!
E n�s aqui embaixo, nos abra�amos, os tres, alegres pela vit�ria do
"Tiquinho", nome que lhe d�ramos de comum acordo.
Come�amos a dan�ar,cantando uma cantiga de roda, abra�ados pelos ombros.
Quando olhamos novamente... n�o o vimos mais! Que decep��o! Ele voara!
Talvez para bem longe! E eu chorei!... Como chorei!... A ele eu me afei�oara.
E agora, aqui na janela emba�ada, n�o sei se pela chuva ou pela l�grima que
cai lentamente, sinto saudades de minha inf�ncia!
- �s vezes o dia tem cheiros de ontem!
�Verluci Almeida
29/01/2009
Direitos Autorais protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/98.
INF�NCIA
Sinto saudade de minha inf�ncia,
Sinto saudade de voc�...
Tem dias que ao me levantar
Sinto cheiro de tempos antigos
De amores passados
De lugares distantes...
- �s vezes o dia tem cheiro de ontem!
�Verluci Almeida
Direitos Autorais protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/98.