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(O ESPELHO) A internet abriu uma possibilidade �gil e gratuita para qualquer um expressar, publicamente, sua opini�o, sobre qualquer coisa. A quest�o � que, o ato de opinar sucede o conhecimento. Opinar sem conhecer � uma coisa s�: julgamento. E, quando julgamos, emitimos pensamento e palavra in�teis, conjecturas ao vento. Pensamos: "Qual o problema? Ningu�m vai me ver aqui, do outro lado do teclado." Toda esta distor��o de pensamento, culturalmente covarde, faz de n�s, especialistas em "opinar". � como se, sem fome alguma, com�ssemos um prato cheio, apenas porque estava ali, na nossa frente. Para n�o nos sentirmos s�s em nossa insatisfa��o, ao inv�s de buscarmos a felicidade, preferimos tornar os outros tristes tamb�m. Famintos por emitir nossos julgamentos, tornamo-nos med�ocres e ego�stas, diluindo nossa vagueza, feito veneno. N�o temos mais paci�ncia para ler um texto inteiro. Mal lemos o cabe�alho e j� corremos para o campo de coment�rios. Como somos rasos na vontade de aprofundar! Somos capazes de apontar o dedo ao tombo do outro, minutos ap�s n�s mesmos termos ca�do, desprezando o respeito para com os degraus evolutivos de cada um. Cobramos humildade, quando o pr�prio ato de cobr�-la representa seu contr�rio. T�o facilmente nos colocamos em nosso pedestal da perfei��o que, criticando os erros e defeitos alheios, permanecemos cegos diante daquilo nos mostraria o quanto somos todos iguais: o espelho. Victor Chaves (vcoficial)
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