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*O MEDO DO AMOR*
Medo de amar?
Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar:
medo da viol�ncia, medo da inadimpl�ncia, e a n�o menos temida solid�o,
que � o que nos faz buscar relacionamentos.
Mas absurdo ou n�o, o medo de amar se instala
entre as nossas v�rtebras e a gente sabe porqu�.
Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar:
medo da viol�ncia, medo da inadimpl�ncia, e a n�o menos temida solid�o,
que � o que nos faz buscar relacionamentos.
Mas absurdo ou n�o, o medo de amar se instala
entre as nossas v�rtebras e a gente sabe porqu�.
O amor, t�o nobre, t�o denso, t�o intenso, acaba.
Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo
que vai do peito at� a virilha, o amor se encerra bruscamente
porque de repente uma terceira pessoa surgiu
ou simplesmente porque n�o h� mais interesse ou atra��o,
sei l�, v� saber o que interrompe um sentimento, � mist�rio indecifr�vel.
Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina s� de um lado,
nunca se encerra em dois cora��es ao mesmo tempo,
desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto.
D�i em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper n�o � f�cil,
quebrar rotinas � sempre traum�tico.
Al�m do amor existe a amizade que permanece
e a presen�a com que se acostuma,
romper um amor n�o � bobagem, � fato de grande responsabilidade,
� uma ferida que se abre no corpo do outro,
no afeto do outro, e em si pr�prio, ainda que com menos gravidade.
Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo
que vai do peito at� a virilha, o amor se encerra bruscamente
porque de repente uma terceira pessoa surgiu
ou simplesmente porque n�o h� mais interesse ou atra��o,
sei l�, v� saber o que interrompe um sentimento, � mist�rio indecifr�vel.
Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina s� de um lado,
nunca se encerra em dois cora��es ao mesmo tempo,
desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto.
D�i em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper n�o � f�cil,
quebrar rotinas � sempre traum�tico.
Al�m do amor existe a amizade que permanece
e a presen�a com que se acostuma,
romper um amor n�o � bobagem, � fato de grande responsabilidade,
� uma ferida que se abre no corpo do outro,
no afeto do outro, e em si pr�prio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, � fratura exposta,
definhamos em p�blico, encolhemos a alma,
quase desejamos uma viol�ncia qualquer vinda da rua
para esquecermos dessa viol�ncia vinda do tempo gasto e vivido,
esse assalto em que nos roubaram tudo,
o amor e o que vem com ele, confian�a e estabilidade.
Sem o amor, nada resta, a cren�a se desfaz, o romantismo perde o sentido,
m�sicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
definhamos em p�blico, encolhemos a alma,
quase desejamos uma viol�ncia qualquer vinda da rua
para esquecermos dessa viol�ncia vinda do tempo gasto e vivido,
esse assalto em que nos roubaram tudo,
o amor e o que vem com ele, confian�a e estabilidade.
Sem o amor, nada resta, a cren�a se desfaz, o romantismo perde o sentido,
m�sicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a tr�gua, o cora��o limpo de novo,
os olhos novamente secos, a boca vazia.
Nada de bom est� acontecendo, mas tamb�m nada de ruim.
Um novo amor? Nem pensar.
Medo, respondemos.
os olhos novamente secos, a boca vazia.
Nada de bom est� acontecendo, mas tamb�m nada de ruim.
Um novo amor? Nem pensar.
Medo, respondemos.
Que corajosos somos n�s, que apesar de um medo t�o justificado,
amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama,
fingindo um pouco de resist�ncia
mas sabendo que para sempre � imposs�vel recus�-lo.
amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama,
fingindo um pouco de resist�ncia
mas sabendo que para sempre � imposs�vel recus�-lo.
(Martha Medeiros)
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