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*O LA�O E O ABRA�O*
(M�rio Quintana)
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Meu Deus! Como � engra�ado!
Eu nunca tinha reparado como � curioso um la�o... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas n�o se embola, vira, revira, circula e pronto: est� dado o la�o.
� assim que � o abra�o: cora��o com cora��o, tudo isso cercado de bra�o.
� assim que � o la�o: um abra�o no presente, no cabelo,
no vestido, em qualquer coisa onde o fa�o.
E quando puxo uma ponta, o que � que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abra�o.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, n�o faltou nem um peda�o.
Ah! Ent�o, � assim o amor, a amizade.
Tudo que � sentimento. Como um peda�o de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do la�o.
Por isso � que se diz: la�o afetivo, la�o de amizade.
E quando algu�m briga, ent�o se diz: romperam-se os la�os.
E saem as duas partes, igual meus peda�os de fita, sem perder nenhum peda�o.
Ent�o o amor e a amizade s�o isso...
N�o prendem, n�o escravizam, n�o apertam, n�o sufocam.
Porque quando vira n�, j� deixou de ser um la�o!
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