Medica��o no tratamento de depress�es na adolesc�ncia ou na inf�ncia.
Como pai ou tutor de uma crian�a ou de um adolescente com depress�o cl�nica, ou como pr�prio paciente, dever� estar a par da decis�o na administra��o de alimentos e medicamentos e colocar um r�tulo adicional de aviso, em todos os medicamentos para a depress�o utilizados em crian�as ou adolescentes.
Este guia de medica��o serve para ajudar pacientes e familiares a tomar decis�es sobre o tratamento em crian�as e adolescentes.
A depress�o � uma doen�a que afecta gravemente a vida e a fam�lia dos jovens. Pode prejudicar as rela��es com familiares e amigos, a performance escolar, e levar a problemas de sa�de. Se n�o for tratada correctamente, a depress�o pode gerar risco de suic�dio. Felizmente, quando a depress�o � diagnosticada, pode ser tratada. O programa de tratamento deve ser feito consoante as necessidades da crian�a e da sua fam�lia.
O tratamento pode incluir psicoterapia, ou a combina��o de psicoterapia e medica��o. Poder� tamb�m incluir terapia familiar ou escolar, assim como a interac��o com grupos de apoio.
O que � um r�tulo adicional de aviso �caixa negra de aviso�?
Uma �caixa negra de aviso� � um r�tulo adicional presente em alguns medicamentos. Pode ser utilizado para alertar m�dicos e pacientes acerca dos cuidados especiais a ter com a toma de certos medicamentos;
por exemplo, em pacientes com condi��es m�dicas espec�ficas, ou pacientes com uma certa idade. Pode colocar este aviso em todos os medicamentos antidepressivos.
Os antidepressivos podem ajudar crian�as e adolescentes com depress�o?
Estudos demonstram a efectividade da medica��o no al�vio dos sintomas de depress�o. Estudos recentes revelam a efectividade de tr�s diferentes tratamentos em adolescentes, para depress�es moderadas a graves.
� Um dos tratamentos consistia no uso de medica��o com fluoxetina, ou Prozac.
� O segundo tratamento consistia numa forma de psicoterapia chamada terapia comportamental cognitiva. O seu objectivo � ajudar o paciente a reconhecer e modificar padr�es negativos de pensamento que contribuam para a depress�o.
� A terceira forma de tratamento combina medica��o com a terapia comportamental cognitiva. Este tratamento foi comparado com os resultados obtidos com a medica��o apenas.
Ao fim de doze semanas, os investigadores descobriram que cerca de 71% dos pacientes que combinaram a terapia comportamental cognitiva com a medica��o tiveram melhoras significativas. Comparativamente aos que apenas tomaram medica��o, pouco mais de 60% teve melhoras.
A combina��o de tratamentos � quase duas vezes mais eficaz no tratamento da depress�o do que apenas a medica��o ou terapia.
Estes tratamentos tamb�m mostraram signific�ncia na redu��o da frequ�ncia de pensamentos e comportamentos suicidas.
Depois de tr�s meses de tratamento, o n�mero de adolescentes com tend�ncias suicidas desceu de um em tr�s para um em dez.
Entre os casos estudados, n�o houve suic�dios efectivos.
A conclus�o importante deste estudo � que a medica��o pode ser um tratamento importante para crian�as e adolescentes, mas que dever� ser combinada com outros tratamentos, adaptados �s necessidades dos pacientes. O tratamento ideal inclui psicoterapia individual, aumentando a efectividade da medica��o e ajudando a reduzir o risco de suic�dio.
Os antidepressivos aumentam o risco de suic�dio nas crian�as e adolescentes?
N�o existem estudos que revelem que os antidepressivos aumentem o risco de suic�dio. Existe, contudo, a certeza de que a depress�o aumenta o risco de suic�dio em adolescentes e crian�as.
Nem todas as crian�as com tend�ncias suicidas t�m depress�es, e � muito raro uma crian�a com depress�o ter uma morte resultante de suic�dio. Contudo, crian�as com depress�es t�m cinco vezes mais tend�ncia para tentar o suic�dio do que crian�as n�o afectadas por esta doen�a.
Esta quest�o foca o ponto mais importante mencionado acima: foi observado um aumento de relatos volunt�rios relacionados com suic�dio entre crian�as medicadas, mas n�o existem provas de que estes pensamentos levem a um aumento do risco de suic�dio. Investiga��es anteriores demonstraram que o tratamento_da_depress�o, incluindo o tratamento atrav�s da medica��o, est� associado a um decr�scimo do risco de suic�dio. Estudos realizados com dados mais antigos mostram que a taxa de suic�dio entre crian�as com idades compreendidas entre 10 e 19 anos diminuiu mais de 25%. � de notar que este per�odo tamb�m foi marcado pelo aumento de prescri��o de medicamentos antidepressivos a jovens. O grande decr�scimo da taxa de suic�dios juvenis est� correlacionado com o aumento de prescri��o de uma categoria particular de medicamentos_antidepressivos, chamados inibidores selectivos de serotonina.
Os antidepressivos os adolescentes e o suicidio.
Foram realizados estudos cl�nicos que envolviam mais de 4300 crian�as e adolescentes que foram medicados com diferentes anti-depressivos. Nestes estudos, nenhum caso de suic�dio foi referido.
A maioria dos estudos examinandos utilizara duas medidas para avaliar pensamentos e comportamentos suicidas:
� os relat�rios de eventos adversos (relat�rios feitos pelo m�dico quando o paciente fala voluntariamente acerca de suic�dio ou descreve espontaneamente os seus comportamentos de risco) reportam-se a 4% das crian�as e adolescentes que tomam medicamentos antidepressivos, em compara��o a 2% que tomam placebos.
Um dos problemas desta abordagem � que a maioria dos adolescentes n�o fala acerca dos seus pensamentos suicidas se n�o forem questionados;
� em 17 dos 23 estudos foi utilizada uma medida diferente, que consiste em formas estandardizadas de colocar quest�es acerca de pensamentos e comportamentos suicidas.
Esta �ltima medida mostrou-se mais eficaz e permitiu concluir que a medica��o n�o aumentou as tend�ncias suicidas j� presentes antes de iniciar a toma, nem induziu a esta tend�ncia.
De facto, os estudos mostram que a medica��o ajuda a reduzir as tend�ncias suicidas. Apesar de terem sido relatados duas conclus�es diferentes, n�o foi comentado a contradi��o entre as mesmas.
� importante reconhecer que as tend�ncias suicidas s�o comuns na maior parte das doen�as depressivas.
De facto, investigadores demonstram que mais de 40 % das crian�as e adolescentes com depress�o pensam em magoar-se a si mesmos.
Tratamentos que ajudem � comunica��o destes sintomas podem levar a um melhor acompanhamento, minimizando o risco de suic�dio. Os pais e psiquiatras devem observar as crian�as e adolescentes de perto, estando alerta para a poss�vel piora de sintomas.
Os antidepressivos est�o associados ao aumento do risco de suic�dio numa pequena por��o de crian�as e adolescentes, especialmente durante as primeiras fases de tratamento.