O que � Esquizofrenia?
O termo "esquizofrenia" foi criado em 1911 pelo psiquiatra su��o Eugem Bleuler com o significado de mente dividida. Ao propor esse termo, Bleuler quis ressaltar a dissocia��o que �s vezes o paciente percebia entre si mesmo e a pessoa que ocupa seu corpo. Hoje � o nome universalmente aceito para este transtorno mental psic�tico, entretanto, no meio t�cnico e profissional se admite que o termo pode ser insuficiente para descrever a complexidade dessa condi��o patol�gica.
A Esquizofrenia � uma doen�a da personalidade total que afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o esquizofr�nico representa o estereotipo do "louco", um indiv�duo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como algu�m que rompeu as amarras da concord�ncia cultural, o esquizofr�nico menospreza a raz�o e perde a liberdade de escapar �s suas fantasias.
Segundo Kaplan, aproximadamente 1% da popula��o � acometida pela doen�a, geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predile��o por qualquer camada s�cio-cultural. O diagn�stico se baseia exclusivamente na hist�ria psiqui�trica e no exame do estado mental. � extremamente raro o aparecimento de esquizofrenia antes dos 10 ou depois dos 50 anos de idade e parece n�o haver nenhuma diferen�a na preval�ncia entre homens e mulheres.
Os transtornos esquizofr�nicos se caracterizam, em geral, por distor��es caracter�sticas do pensamento, da percep��o e por inadequa��o dos afetos. Usualmente o paciente com esquizofrenia mant�m clara sua consci�ncia e sua capacidade inteleitual.
A esquizofrenia traz ao paciente um preju�zo t�o severo que � capaz de interferir amplamente na capacidade de atender �s exig�ncias da vida e da realidade.
P�ginas PsiqWeb de Esquizofrenia:
Defini��o no Dicion�rio
Esquizofrenia PsiqWeb
No DSM.IVpp
No CID.10
O que n�o � Esquizofrenia?
H� alguns mitos sobre a esquizofrenia bastante enraizados na opini�o popular. Boa parte desses mitos se originou na m�dia, atrav�s de filmes e romances sobre �loucos� e psic�ticos que, al�m da qualidade liter�ria e art�stica, n�o guardam, obrigatoriamente, uma coerente rela��o com a verdade cient�fica.
A esquizofrenia n�o � a dupla pessoalidade.
Apesar do termo esquizofrenia cunhado por Bleuler em 1911 significar mente partida, hoje sabemos que a s�ndrome de esquizofrenia � muito mais ampla que isso e n�o tem por que incluir nela os Transtornos de Personalidade M�ltipla.
Veja em PsiqWeb:
Personalidade M�ltipla
Transtorno Dissociativo de Identidade
A esquizofrenia n�o � uma viol�ncia sem sentido. O mito da viol�ncia psic�tica provavelmente se deve ao grande diretor Alfred Hitchcock e afins, cujo trabalho consiste em dirigir e vender filmes de agrado popular mas n�o, necessariamente, com bases cient�ficas e reais.
Tamb�m � poss�vel que este mito se deva ao tratamento da esquizofrenia com medicamentos sedativos. Mas, na maioria das vezes, a sonol�ncia � um efeito secund�rio da medica��o antipsic�tica mais do que uma imperiosa necessidade de �dopar� o paciente.
A porcentagem de pacientes psic�ticos esquizofr�nicos que pode ser violenta �, felizmente, pequena. A agressividade dos psic�ticos costuma ocorrer em propor��o igual a que acontece com a popula��o em geral. Ali�s, podemos dizer, de maneira geral, que quem mais agride � a sociedade ao �louco� do que o contr�rio; � a sociedade das pessoas normais quem prende, agride, amarra, interna sem consentimento, seda, dopa, exclui e estigmatiza.
Veja em PsiqWeb:
Viol�ncia e Psiquiatria
Viol�ncia e Agressividade em Crian�as e Adolescentes Transtorno de Conduta
A esquizofrenia n�o acomete pessoas pouco inteligentes.
A esquizofrenia afeta tanto as pessoas com alto quanto baixo n�vel inteleitual, atinge igualmente os ricos e pobres, os mais cultos e os mais simpl�rios. N�o � monop�lio de quem tem a mente fraca e nem depende da pessoa ser �esclarecida e inteligente�.
Tipos de Esquizofrenia?
A esquizofrenia paran�ide
Este tipo de esquizofrenia � o mais comum e tamb�m o que responde melhor ao tratamento. Diz-se, por causa disso, que tem progn�stico melhor. O paciente que sofre esta condi��o pode pensar que o mundo inteiro o persegue, que as pessoas falam mal dele, t�m inveja, ridicularizam-no, pensam mal dele, elas t�m inten��es de fazer-lhe mal, de prejudic�-lo, de mat�-lo, etc. Trata-se dos del�rios de persegui��o.
N�o � raro que este tipo de paciente tenha tamb�m del�rios de grandeza, id�ias al�m de suas possibilidades: "Eu sou o melhor cantor do mundo. Nada me supera. Nem Frank Sinatra � melhor". Esses pensamentos podem vir acompanhados de alucina��es, apari��o de pessoas mortas, diabos, deuses, alien�genas e outros elementos sobrenaturais. Algumas vezes esses pacientes chegam a ter id�ias religiosas e/o pol�ticas, proclamando-se salvadores da terra ou da ra�a humana.
A esquizofrenia hebefr�nica ou desorganizada
Neste grupo se incluem os pacientes que t�m problemas de concentra��o, pouca coer�ncia de pensamento, pobreza do racioc�nio, discurso infantil. �s vezes, fazem coment�rios fora do contexto e se desviam totalmente do tema da conversa��o. Expressam uma falta de emo��o ou emo��es pouco apropriadas, rindo-se a gargalhadas em ocasi�es solenes, rompendo a chorar por nenhuma raz�o em particular, etc.
Neste grupo tamb�m � freq�ente a apari��o de del�rios (cren�as falsas), por exemplo que o vento move na dire��o que eles querem, que se comunicam com outras pessoas por telepatia, etc.
A esquizofrenia catat�nica
� o tipo menos freq�ente de esquizofrenia. Apresenta como caracter�stica transtornos psicomotores, tornando dif�cil ou imposs�vel ao paciente mover-se. Talvez passe horas sentado na mesma posi��o. A falta da fala tamb�m � freq�ente neste grupo, assim como alguma atividade f�sica sem prop�sito.
A esquizofrenia residual
Este termo � usado para se referir a uma esquizofrenia que j� tem muitos anos e com muitas seq�elas. O preju�zo que existe na personalidade desses pacientes j� n�o depende mais dos surtos agudos. Na esquizofrenia assim cronificada podem predominar sintomas como o isolamento social, o comportamento exc�ntrico, emo��es pouco apropriadas e pensamentos il�gicos.
A esquizofrenia simples
Tamb�m � pouco freq�ente. Aparece lentamente, normalmente come�a na adolesc�ncia com emo��es irregulares ou pouco apropriadas, pode ser seguida de um paulatino isolamento social, perda de amigos, poucas rela��es reais com a fam�lia e mudan�a de car�ter, passando de soci�vel a anti-social e terminando em depress�o. Nesta forma da esquizofrenia n�o se observam muitos surtos agudos.
Apesar desta classifica��o, � bom destacar que os pacientes esquizofr�nicos nem sempre se encaixam perfeitamente numa de estas categorias. Tamb�m existem pacientes que n�o se podem classificar em nenhum de os grupos mencionados. A estes pacientes se pode dar o diagn�stico de esquizofrenia indiferenciada.
Veja no DSM.IV:
Transtorno Esquizofr�nico
.....Tipo Paran�ide
.....Tipo Desorganizado
.....Tipo Catat�nico
.....Tipo Indiferenciado
.....Tipo Residual
A Esquizofrenia tem cura?
At� bem pouco tempo se pensava que a esquizofrenia era sempre incur�vel e que se convertia, obrigatoriamente, numa doen�a cr�nica e por vida. Hoje em dia, entretanto, sabemos que este n�o � necessariamente o caso e uma porcentagem de pessoas que sofrem deste transtor