O PODADOR
Devagar a tesoura poda o arbusto
tornando-o de realidade em desejo
da forma. O que me atrai, a flor,
a folha de fuligem, os troncos curvos
para os pardais escuros e ocultos.
Devagar os ramos caem e os que o
podador despreza v�o entrar na g�-
nese da nova terra. � inevit�vel
que tudo isto me crie nostalgia.
N�o h� um estalido simples, corte s�,
nem morte s�, a morte daqueles
ramos estendidos pelo gradeamento
a viver naturalmente entretanto.
O podador escolhe assim a apar�n-
cia da obra que devagar executa,
na ordem e no capricho da folhagem
para sempre jovem e �gil.
� Fiama Hasse Pais Brand�o
(1938-2007)
Tr�s Rostos, Lisboa,
Ass�rio & Alvim, 1989
� Virg�nia Lima
&
Jardim de Poesias
Copyright � 2004-2008
M�SICA: Only_one_time
CANTA: Enya
O tempo � o melhor "autor";
E sempre encontra um "Final Perfeito"...!
O Tempo � o Senhor da raz�o!
Deus � o Senhor do Tempo!