Um ano ap�s morte de Isabella, m�e diz que vive "um dia de cada vez" Menina morreu aos 5 anos ao ser jogada do 6� andar de pr�dio em SP.
Pai e madrasta respondem por assassinato, ocorrido em 29 de mar�o.
Um ano depois da morte tr�gica da filha Isabella Nardoni, de 5 anos, a banc�ria Ana Carolina Oliveira, de 24 anos, diz que tenta viver �um dia de cada vez�. Apesar do tempo que passou desde 29 de mar�o de 2008, quando a menina foi jogada do 6� andar do Edif�cio London, ela chora muito ao relembrar da filha. Sorrisos, s� quando recorda de algum epis�dio feliz que viveu com a menina.
Entenda o caso Isabella
Isabella Nardoni morreu ao ser jogada do apartamento na Zona Norte de S�o Paulo onde morava seu pai, Alexandre Nardoni, e sua madrasta, Anna Carolina Jatob�. Eles s�o acusados do assassinato da crian�a e ir�o a j�ri popular pelo crime. O casal est� preso h� cerca de 11 meses em pres�dios de Trememb�, a 147 km da capital paulista.
O Minist�rio P�blico espera que os dois sejam julgados ainda em 2009. Na ter�a-feira (24), a defesa foi derrotada e o Tribunal de Justi�a paulista manteve o j�ri popular e negou, novamente, a liberdade aos acusados. Advogados do casal estudam recorrer a inst�ncias superiores.
A m�e de Isabella aceitou falar com o G1 em um caf� na Zona Norte de S�o Paulo. Chegou cansada ap�s um dia de trabalho. E falou sobre as dificuldades deste �ltimo ano. �Meu ano foi sem expectativas. Voltei a trabalhar depois de certo tempo, preciso trabalhar. Tenho vivido um dia de cada vez para tentar conseguir viver�, disse.
Ela busca for�as para �conseguir viver� nas sess�es de terapia. Logo ap�s a morte da filha, eram tr�s vezes por semana. Depois passaram para duas e, agora, ela visita o terapeuta uma vez todas as semanas. �Acho que durante um tempo eu segurei bastante e depois fui dando uma regredida. Para mim, � importante at� para a compreens�o, � um momento bom. Eu vivo um momento bom quando eu estou l�.�
Aos 24 anos, Ana Carolina precisou amadurecer muito r�pido. Primeiro por ter uma filha ainda na adolesc�ncia e, depois, por perd�-la t�o cedo. �Eu sempre senti que fui um pouco mais madura que as meninas da minha idade. Fui m�e, a responsabilidade de m�e � inevit�vel, mas � uma responsabilidade que eu sempre gostei. A� acontece tudo, voc� tem que passar por um turbilh�o de coisas que inevitavelmente faz com que sua cabe�a pense e amadure�a mais r�pido.�
A m�e de Isabella disse que sai com os amigos, mas n�o consegue se divertir com uma jovem de sua idade. �Eu encontro os meus amigos, a gente sai para jantar algumas vezes, mas as coisas para mim n�o tem o mesmo sentido que tem para eles. Ent�o, eu n�o tenho por que comemorar, n�o tenho motivo para sair, me divertir, ser muito feliz.�
Falta da filha
Ana Carolina lembra a rotina que tinha com Isabella. Assim que chegava em casa ap�s o trabalho, as duas jantavam juntas, faziam a li��o de casa e tomavam banho. M�e e filha dormiam no mesmo quarto. �A maioria das vezes na mesma cama�, ressalta. Por isso, o cheiro da filha � que define como ��nico� - � uma das coisas que ela sente mais saudades. �Eu sinto muita falta do cheiro�, conta.
A banc�ria doou algumas roupas da menina. �Achei que ela faria o mesmo. Quando as roupas n�o serviam mais, ela falava ��, mam�e, essa aqui voc� pode dar porque n�o serve��, lembra. Mas as outras coisas de Isabella, os ursinhos, as fotos e o material de escola continuam guardados. �Isso � meu para sempre.�
A m�e diz que a falta da menina � dif�cil para toda a fam�lia e cada um tenta se expressar de uma maneira. A fam�lia de Ana Carolina tenta lembrar das caracter�sticas da menina para atenuar a saudade. �A gente procura lembrar das melhores partes, de como ela falava, de como ela resmungava, do que ela gostava de comer�, diz.
O card�pio preferido da menina n�o lembra o de uma crian�a � s� o jeito que ela tinha de pedir. �[Ela gostava de] Ia�a�, ela chamava de ia�a�. Reterraba era o rabanete. E alface. Muita alface�, lembra Ana Carolina, aos risos. Falar do que a filha gostava de comer a fez recordar um epis�dio em uma lanchonete.
�Pedi um duplo de hamb�rguer, ela olha para o mo�o [gar�om] e pede uma salada. Ele virou para mim e perguntou se era verdade. Eu disse que sim. Ele trouxe uma enorme e eu disse que era muito grande. Dali a pouco, ela estava pegando os restinhos de alface que sobraram. Ele chegou na mesa e disse que n�o estava acreditando�, conta, em um raro momento de descontra��o.
Ana Carolina conta que Isabella era sua �melhor amiga�. �Eu queria que n�s f�ssemos muito amigas e eu sempre preservei isso desde que ela nasceu. A gente tinha uma rela��o maravilhosa�, diz. A banc�ria afirma que pretende ter outros filhos no futuro. �Isso n�o � um projeto de agora, eu vou continuar minha vida, a� com certeza eu quero ter outros filhos. A certeza de ter outro filho � absoluta.�
A m�e de Isabella n�o quis falar sobre o andamento do processo sobre a morte da filha, nem do julgamento que est� por vir. Ao fim da entrevista, ela n�o conseguiu se achar bonita nas fotos tiradas para ilustrar esta reportagem. Ela concordou que, bem mesmo, ficava nas fotografias ao lado da filha, amplamente divulgadas ap�s a morte de Isabella. �Aqueles eram momentos felizes.�
O G1 tentou entrar em contato com a defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatob�, que n�o quis se pronunciar sobre o assunto.
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