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Vaga, no azul amplo solta, vai uma nuvem errando...
Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado n�o volta.
N�o � o que estou chorando.
O que choro � diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no c�u sem gente,
A nuvem flutua calma.
E isto lembra uma tristeza
E a lembran�a � que entristece,
Dou � saudade a riqueza
De emo��o que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Est� para al�m da saudade.
N�o sei o que � nem consinto
� alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.
(Fernando Pessoa)
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