SONETO 135
BORBOLETA
� Cam�es
Qual tem a borboleta por costume,
Que, enlevada na luz da acesa vela,
Dando vai voltas mil, at� que nela
Se queima agora, agora se consume,
Tal eu correndo vou ao vivo lume
Desses olhos gentis, A�nia bela,
E abraso-me, por mais que com cautela
Livrar-me a parte racional presume.
Conhe�o o muito a que se atreve a vista,
O quanto se levanta o pensamento,
O como vou morrendo claramente;
Por�m n�o quer Amor que lhe resista,
Nem a minha alma o quer;
que em tal tormento,
Qual em gl�ria maior, est� contente.