Sonhos que se despedem.


Como ser feliz quando se est� preso num labirinto?
Como voar se as asas est�o molhadas de dor?
Como sorrir se no vazio morre a alegria que sinto?
Como amar verdadeiramente se h� reservas para o amor?

N�o h� vida plena quando h� divis�o.
N�o h� felicidade verdadeira com medo de sofrer,
N�o h� verdade inteira na loucura da paix�o,
N�o h� vida de verdade se tememos o morrer.

Onde est� a nobreza da fuga da verdade?
Onde reside a coragem do medo de machucar?
Onde se esconde a dignidade de viver de saudade?
Onde est� o amor de quem a si n�o quer amar?

H� mais anseios em uma alma do que peixes no mar,
H� mais dor nos cora��es do que aves a voar.
H� vidas que se perdem no sonho de amar
H� sonhos que se despedem antes mesmo do despertar.


L�dia Sirena Vandresen
10.10.09

Vem, mude o verbo, fale de amor    
tire o fel, dos teus l�bios quero o mel.
Adoce a vida, apazigue em mim a dor.



Vem, mude a dire��o, contorne, retorne,
h� bocas de le�es ferozes, famintas,
que povoam campos abertos, minados.



Vem mude o verbo, fale de amor,
fale do essencial submerso no mar,
da luz, que acende a chama da intui��o.



Vem a mim doce, suave pluma, liberto,
desperto em nuvem, em flutuante poesia.
Quero-te em mim c�lido, aberto em flor



No contorno dos l�bios, na �ris do olhar,
embevecida na alma a tua luz cristalina.
Vem mude o verbo e fale-me de amor.