Fujo sem querer ,
sem ver-te tenho quase tudo ,
elaboro a tua imagem na minha ,
colando-te ...
mesmo esfacelada ,
te reintegro ,
te refa�o com meu abra�o ,
amando-te mesmo na dist�ncia ...
parece t�o cruel ,
nesta triste aus�ncia da presen�a ,
na margem da saudade que me consome ,
pr�xima a ti ,
longe e perto ...
na inconst�ncia do vento ...
meu lamento , meu tormento ,
vens amor ...
me queimas este desencanto ,
que � tanto o meu pranto ,
que me consome ...
me d�s teu acalanto ,
teu canto em minha amargura que � pura ...
tua do�ura ...
serenamente , delicadamente ,
languidamente como em uma travessura ,
hoje amor , melhor � n�o cantar ,
s� h� canto quando existe
muito tempo e muito espa�o ,
para a can��o ficar se eu passo ...
para dizer o que eu n�o disse .
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