minha pobreza tal como sempre foi.
Que n�o sinta o que n�o tenho.
N�o lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a V�s,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de ch�o,
pedras e t�buas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fog�o de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manh� de um novo dia que come�a.�
Cora Coralina
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