Espantalho


Vem c� seu mo�o,
Acho que perdi a fala,
Estou a tremer, as m�os gelada,
As perna quase p�ra.
Que treco � aquele que parece gente,
De bra�os abertos, l� no milharal,
A ficar em p� t�o diferente?
Tem um jeito esquisito,
Que se prende � terra.
Olhei de costas e de frente.
Santo Expedito!

Tem os bra�os abertos,
Olhos incertos, sorriso esquisito,
N�o � feio nem � bonito.
N�o anda, n�o mexe, nem dan�a.
Tem olhos abertos, cabelos que balan�a.
Vem c� seu mo�o, me diz logo aqui,
Que preciso caminho seguir.
Estou a ver que os passarinhos,
N�o mais comem nem fazem ninhos,
E quanta d� tou dos bichinhos.

Ah! minha dona, vou logo contar...
Isso � um tal de espant�io que Seu Linha�a,
Mandou colocar. Loucura de improvisar,
Pr� tudo quanto � de ave espantar!
Os passarinhos agora em outro canto ir�o comer,
Outros ninhos h�o de fazer.
Em outras �rvores v�o cantar.

J� esperei o tal espant�io dormir,
Mas o malvado n�o sebe deitar,
Nem os olhos fechar.
Ta preso naquele p�u, e l� h� de ficar.
Ou mo�o, meu cora��o uma dor trespassa,
Sinto uma pena que n�o passa,
Acho que o senhor Linha�a,
Ati�a e brinca com o querer da gente,
Embara�a, deixa sem gra�a.
Sabe, vou seguir caminho,
Antes que me trate como passarinho.



Ana Maria Marya
25/11/2006
Ita/Ba/Brasil


Canto da Poesia
(Ciranda de Letras........"Espantalho"

(O portugu�s desse texto contem palavras erradas, e concordancias verbais que deixam a desejar... por se tratar de dois matutos a conversar... rs)