Mulher... Lida... Vida!
La�o secreto, discreta,
C�mplice de um mundo primitivo,
Governado pelo nada.
M�os sujas, encardidas, unhas negras,
A lavrar a terra, a ganhar o sustento, o p�o.
A viver al�m de seus limites,
Desprendida, descuidada.
A desconhecer o luxo, dos sal�es, o cetim.
A ter dentro de si uma vida que lhe aperta as vestes,
Roupa simples, comprada com alguns trocados.
Brilho estranho flameja, dan�a em seus olhos,
A imaginar lojas, luzes, cores, matizes.
A sonhar outras vidas, outros lugares.
Contudo, conhece a f�r�a da terra!
Tem a certeza de estar al� presa, seu lar!
Aperta o ventre e nele sente um pulsar,
Um semblante que ainda n�o conhece,
Uma vida que dela depende,
Um cora��o, parte do seu cora��o.
Sabedoria inalcan��vel.
Incans�vel maternidade.
Cabe�a cheia de imagina��o,
Corpo cheio de limites.
Irritante pensar.
Olha a terra... sua terra!
Seu sustento desde crian�a,
Realidade de todos os dias.
Surpreende-se a sorrir.
Deixa de lado a falsa esperan�a.
O cheiro do mato a desperta.
A nostalgia das coisas imposs�veis,
N�o mais sente, desaparece.
P�s descal�os, unhas sujas,
M�os calejadas, saia erguida, volta � lida.
Mato verde, planta��o, sustento, p�o.
Companheiro ao lado, montado, pe�o.
Corpo suado, cansado, cheiro de gado.
For�a interna, orgulho de vida,
Seu homem!... sua lida!...
Logo mais dormir� em len��is simples.
Logo mais ouvir� a voz do companheiro,
a chamar baixinho, matreiro,
...vem c� mulher!
A sorrir, enfeiti�a o mundo inteiro.
Mulher!
Ana Maria Marya
08/03/2007
Ita/Ba/Brasil
Canto da Poesia