" Por causa de voc�, nos jardins de flores desabrochando
Eu sofro dos perfumes da primavera.
Esqueci o seu rosto, n�o me lembro mais das suas m�os;
como seus l�bios se sentiram nos meus?
Por sua causa, eu amo as est�tuas brancas que bebem nos parques,
as est�tuas brancas que n�o t�m voz nem vis�o.
Eu esqueci sua voz, sua voz feliz;
Eu esqueci seus olhos.
Como uma flor em seu perfume, estou vinculado � minha vaga lembran�a de voc�.
Eu vivo com uma dor que � como uma ferida; se voc� me tocar, me causar� danos irrepar�veis.
Suas car�cias me envolvem, como trepadeiras em paredes melanc�licas.
Esqueci o seu amor, mas pare�o vislumbr�-lo em todas as janelas.
Por sua causa, os perfumes inebriantes do ver�o me causam dor; por sua causa, procuro novamente os sinais que precipitam desejos:
estrelas cadentes, objetos em queda."
Pablo Neruda )
1904/1973
AMOR
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