Seduz-me a intelig�ncia absorvida da vida, aquela que nasce do que se aprende, dos que erram sim, mas n�o sempre no mesmo. Admiro aqueles que sabem que erram, mas evoluem um passo mais sempre. Tenho penaquando algu�m erra sempre no mesmo ponto e nem se d� conta. Seduz-me o bom humor, o riso honesto. Seguir em frente sem esmorecer, rir da vida sem desesperar, continuar a brincar mesmo depois de ter esfolado o joelho. Seduz-me a verdade, acima de todas as coisas, a verdade, n�o aquela nua e crua (dura), mas a verdade simples. Seduz-me o interesse claro, n�o aquele no decote, mas o interesse que vai al�m do meu corpo, o interesse pela minha alma, do que sinto, do que me move. Seduz-me o dom e a delicadeza de me fazer sentir especial, �nica, querida, desejada. Seduz-me a persist�ncia na minha presen�a. N�o a presen�a para preencher vazios, mas aquela que faz de mim a �nica audi�ncia necess�ria. Seduz-me o toque preciso, o toque que impressiona, alcan�a, aquele que est� longe da vulgaridade do toque do macho procurando uma f�mea dispon�vel. O toque vulgar retrai-me, desagrada-me.
Seduz-me a conversa aberta, franca, sem que seja invasiva, curiosa ou indiscreta. A gentileza, o tato, o contato, o olhar. Eu n�o quero um olhar que me dispa, eu quero um olhar que me desvende. Seduz-me a firmeza sem brutalidade, a delicadeza sem frescura, a sensibilidade sem o drama. Seduz-me a sede de conhecimento sem preconceito. A individualidade sem ego�smo. A generosidade sem espera da troca. Seduz-me a liberdade sem promiscuidade, sem desconfian�a, sem mau aproveitamento da confian�a conquistada. Seduz-me o respeito pela minha pessoa, a minha vida, os meus sonhos, por aquilo que me deixa feliz.
Seduz-me a alegria, o olhar sob os milagres, a consci�ncia de que somos aben�oados todos os dias pelo dom da vida. Ent�o eu percebo que n�o estou a querer nada de mais. S� algu�m para dividir comigo uma cabine nesta viagem que � a vida...