Um dia conto-te como foi esperar-te nas horas vazias. Um dia digo-te como foi o pesar dos teus silêncios. Um dia vais saber onde foi que nos perdemos. Um dia digo-te como me senti pequenina mediante toda a vulnerabilidade que em ti depositei.Tu, que sabes tanto sobre mim e sobre todas as coisas, e no final das contas, nada sabes... Tu, a quem eu tratei como gostaria de ser tratada. Tu, quem eu esperei, incessantemente, que um dia parasses para te colocar no meu lugar. Tu que discordas sempre de mim, quando é de ti que estamos a falar.
Há um abismo evidente entre nós, do qual, dificilmente, recuperaremos... Há coisas que foram ditas e outras tantas que não foram feitas que me deixaram triste... E por mais que eu tente entender que é a tua forma de estar... Também consigo entender que nesse teu mundo, não cabe gente como eu.
Um dia conto-te os meus sonhos acordada que,sempre soube que nunca se tornariam reais... E nesses sonhos, eu não queria mais do que as coisas mais simples e bonitas. E nesses sonhos eu só ansiava reciprocidade. E nesses sonhos cabias tu inteiro, mesmo com essas tuas particularidades, algumas delas que eu detesto, mas que reconheço serem tuas. E nesses meus sonhos eu só te fazia sorrir e o teu coração bater um nadinha mais depressa.
Ainda bem que não passaram de sonhos... Porque os sonhos a gente pode transformar, já as pessoas...