Ninguém se pode curar se não mergulhar no seu passado e naquilo que lhe fez mal ou no mal que provocou aos outros.
Ninguém se pode curar se não vasculhar dentro de si aquilo que ficou por resolver.
É difÃcil, dói muito e muitos não têm essa coragem, preferem fingir que nada se passou, acham que não vai resolver nada porque não podem apagar o passado e aquilo que lhes doeu ou aqueles a quem magoaram ou fizeram mal, mas eu afirmo por experiência própria, que só quando mergulhamos, quando remexemos, quando nos volta a doer, quando choramos, quando talvez até adoeçamos, só aà é que iniciamos a cura.
A partir do momento em que nos curamos a nós próprios, começamos a conseguir «curar» os outros.
Por empatia, conseguimos reconhecer sentimentos negativos ou positivos nos outros e como já nos conhecemos tão bem, sabemos como expulsar os fantasmas e então vamos apontando caminhos aos outros. Nem todos entendem aquilo que procuramos transmitir e então vamos por tentativas, devagarinho.
E não há nada mais gratificante do que ver alguém desabrochar, melhorar, aprender e ensinar.
A cura é possÃvel, mas para ela é necessária coragem e nem todas a têm.
Ana Silvestre