Desligo-me, amiúde, daquilo que me fere ou incomoda, não das desgraças mundiais ou nacionais, mas das maldades dissimuladas, das pessoas que falam mal de tudo e de todos, daqueles que em tudo veem mal, daqueles que falam mal de tudo.
Desligo-me para não me deixar contaminar, porque embora esteja atenta a todo o mal que se passa à minha volta, sinto-me muitas vezes impotente para ajudar, mas não gosto mesmo nada da maldade gratuita, essa fere-me de uma forma que nem sei explicar.
Não gosto, mesmo nada, de quem está sempre a apontar defeitos, de quem está sempre à espreita das fraquezas, das diferenças que não entendem ou dos defeitos.
Sempre preferi reparar no bem e comover-me. Sinto frequentemente empatia para com o sofrimento e isso leva-me a ajudar. Há dias em que é só através de palavras, há dias – quase todos – em que me esforço nas ações.
E sou feliz com pequenas coisas. Com miudezas que passam despercebidas aos olhares de muitos, mas às vezes basta-me um pequeno pormenor para me sentir feliz, para sentir que já valeu a pena.
E então escrevo na esperança de contagiar.
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Ana Silvestre