Talvez o tempo, por si só, explique a cada um de nós o que é necessário para a felicidade. Talvez a felicidade seja sempre outra coisa que em cada idade se revela para que nos esforcemos de novo, continuamente. Há um amor guardado para cada fim. No limite, já não podemos adiá-lo. Temos de amar sem olhar a quem até que, olhando, o perfeito desconhecido nos seja familiar. Até que se invente uma família, tão pura e fundamental quanto outra qualquer. A felicidade, afinal, é possível, embora se esconda atrás de um mundo de tristezas. Mas nenhuma tristeza nos deve vencer. O destino de cada um é só este: acreditar, mesmo quando ninguém mais acredite.
Valter Hugo Mãe, in 𝘖 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰 𝘥𝘦 𝘮𝘪𝘭 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘯𝘴
Ilustr. Pascal Campion (EUA, 1973- )