[Conto] ..::A Loira do Banheiro::.. Parte 3

As cortinas vermelhas come�aram a balan�ar em resposta ao vento. Alisson correu fechar a janela.
A brincadeira continuou at� altas horas, com os mesmos tipos de perguntas. At� que Alisson rodou a garrafa.
Carlos, J�nia.
- Verdade ou desafio? � ele perguntou com uma cara de safado.
Ela optou pelo desafio, temendo a pergunta.
- Amanh�, na escola, voc� deve entrar no banheiro masculino, e filmar voc� mesma fazendo o ritual da loira do banheiro!
- Como? � ela perguntou.
- Voc� tem que chamar pela loira, tr�s vezes, xingando, pegar uma tesoura e estourar o ralo e depois olhar para seu reflexo no espelho fixamente por tr�s minutos...
- Quando devo lhe entregar a fita?
Joe aproveitou-se da situa��o:
- Amanh� nos reuniremos de novo aqui. � sorriu.
Todos concordaram e foram dormir.

J� de manh� estavam todos de p� para ir at� a escola. J�nia j� havia preparando a c�mera dos pais de Alisson para o ritual e as outras riam, toda vez que se lembravam que ela teria que entrar no banheiro masculino.
O �nibus escolar chegou e todos subiram correndo para pegar um lugar onde sentar. J�nia ficou de p�.
- N�o me diga que voc� est� com medo! � Alisson zombou.
J�nia deu um sorriso falso, amarelo e ficou muda durante toda a viagem at� a escola. Assim que chegaram, bateu o sinal.
A sala onde estudavam portugu�s era mais escura que as outras da escola. Sua parede era pintada de amarelo at� a #de, a outra era branca. As carteiras eram min�sculas, todos se sentavam tortos, para que pudessem escrever. As cortinas eram de uma tonalidade de verde bem escura e as luzes n�o iluminavam muito. Enfim, muito desconfort�vel.
Passaram-se tr�s aulas antes que J�nia pedisse para ir ao banheiro. Ela levantou-se para pedir a professora, com a c�mera e a tesoura escondidas no bolso de sua grossa blusa de frio azul. As outras quatro meninas tiveram um ataque de risinhos, que fez a professora de portugu�s ficar desconfiada.
L� foi J�nia. O barulho de seus passos ecoava pela laje do ch�o.