Quero te amar
Com a ternura mansa da esperan�a adolescente.
Com a simplicidade das flores
Que nascem e morrem
Sem nunca serem vistas.
Com o mesmo �mpeto imprevis�vel
Dos p�ssaros que tombam
Ap�s descreverem no espa�o o c�rculo da morte.
Com a f�ria da sede ardente do solo
Ao receber as primeiras gotas das chuvas de ver�o.
Com a fartura dos ventos
Que transportam pelas madrugadas
O dulc�ssimo odor das ra�zes e resinas.
Quero te amar
Com a inquieta��o cantante dos rios
Acariciando levemente a f�mbria das margens.
Com a alegria surda e pura das nascentes
Abrindo caminho para o sol
Entre h�mus e gravetos.
Quero te amar
Com o mesmo orgulho da �rvore
Ostentando o primeiro fruto.
Com todo o �xtase e vertigem
Da alma ca�da de amor
Com a tenebrosa for�a do est�tico sil�ncio
Dos grandes momentos
Que precedem os acontecimentos definitivos.
Quero te amar e te amarei
Com a mesma grandiosidade espetacular da vida
E a mesma intensidade atraente
Dos abismos da morte.