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Elvis Presley e seu pai
'REI' ELVIS CONTINUA VIVO


TIAGO PEREIRA

Foi encontrado no ch�o da casa de banho em Graceland, Memphis, pela sua noiva de ent�o, a modelo e actriz norte-americana Ginger Alden, na tarde de 16 de Agosto de 1977. Assim desaparecia o expoente m�ximo do rock'n'roll e nascia um mito, uma fonte inesgot�vel de lucro, a origem de pol�mica e especula��o que hoje, 30 anos depois, ainda continua.


Contudo, a not�cia da morte de Elvis foi recebida com surpresa generalizada. O Washington Post escrevia, no dia 17: "Elvis Presley, que revolucionou a m�sica popular americana para se tornar o her�i de duas gera��es, morreu ontem em Memphis." John Lennon reagia, confessando "o rei morreu mas o rock'n'roll viver�", enquanto o Beach Boy Carl Wilson lembrava que "a sua m�sica era a �nica coisa exclusivamente nossa". Elvis Presley simbolizava, para o bem e para o mal, a Am�rica constru�da no p�s-guerra. O pa�s que concretizava sonhos, mesmo os de um rapaz pobre, nascido no Mississ�pi. Elvis tinha assimilado a cultura norte-americana - sobretudo a "afro-americana", que fugiu ao esquecimento por ter sido resgatada por um branco - para a transformar em pop, industrial, exportada e rent�vel. A sua morte era quase inconceb�vel: o homem fazia parte da hist�ria. Ali�s, Elvis era "a" hist�ria e deveria sobreviver muito para l� das gera��es que o conheceram.

Nos �ltimos anos de vida, Elvis foi desprezado e criticado. Com a morte do "rei", tudo se alterou. Voltou ao topo, reencontrou a fama e o reconhecimento e motivou o aparecimento de uma ind�stria p�stuma que at� hoje nunca encontrou r�plica. Os primeiros resultados surgiram na edi��o livreira, explorando o mito da melhor forma. Uns, atrav�s dos erros e faltas de um camp�nio feito estrela, como em Elvis, de Albert Goldman, que, em 1981, arrecadou mais de dois milh�es de d�lares em receitas. Outros, explorando a faceta mais querida do p�- blico: a de artista �mpar, de americano exemplar. Sobretudo quando o eixo central da narrativa era a m�e (Elvis & Gladys, 1985) ou a ex-mulher de Elvis (Elvis & Me, 1985).

Ap�s um (curto) per�odo de luto generalizado, a figura de Elvis come�ou a ser utilizada com qualquer prop�sito poss�vel, desde a tira de banda desenhada sat�rica � cr�tica a qualquer atitude tomada pelo Governo norte-americano. Elvis passou a simbolizar tudo para todos, mas, de alguma forma, manteve sempre intacta a sua imagem enquanto m�sico irrepet�vel. Reedi��es sucessivas, colect�neas, v�deos, DVD e at� duetos virtuais (como aquele protagonizado por C�line Dion, em Abril passado). Elvis aparece perante os f�s e � imitado por milh�es, al�m de ter a sua cara numa edi��o de selos dos correios dos EUA. � o �nico m�sico presente nos tr�s Hall of Fame - rock'n'roll, gospel e country e um dos poucos nomes que j� venderam mais de 500 milh�es de discos.

Como exemplo para muitos outros mortos famosos, Elvis deixou um legado econ�mico e financeiro cuja explora��o n�o parece ter fim � vista. O Elvis Presley Estate faz-se de heran�a cultural e patrim�nio lucrativo. Graceland, a resid�ncia de Elvis em Memphis, � o seu expoente m�ximo. Local de descanso eterno e, ao mesmo tempo, de rit-mo impar�vel para o "rei". E enquanto novas ideias surgem para lucrar com o homem, o mito continua, para dizer "o 'rei' est� vivo."|




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